Análise Bovespa

A Onda III da tendência de alta iniciada em outubro de 2002 está em seu último movimento de alta, após o qual é provável uma correção acentuada para a faixa de proporções fibonacci. O S&P futuro deu hoje uma indicação de baixa, que me leva a crer que esta correção já começou.

Em minhas duas últimas análises de julho de 2006 e dezembro de 2006, nas quais errei, pois previ uma baixa que ainda não ocorreu, eu havia imaginado que a Onda III (ou o segundo movimento de alta) da tendência de alta de longo prazo iniciada em outubro de 2002 tinha acabado e que teríamos uma correção mais acentuada. Na época eu estava com o canal que se vê na Figura 1 abaixo traçado no meu gráfico. O canal havia sido rompido e imaginei que o Ibovespa iria corrigir para dentro da faixa Fibonacci que na época começava em 27.000 pontos e que hoje, com a queda do dolar, está na faixa de 24.500 pontos.

Na ocasião mostrei que o bovespa tem sistematicamente feito correções de proporções Fibonacci, toda vez em que no passado (desde 1963) ele teve movimentos com as dimensões das atuais altas.

Como após o primeiro movimento de alta de outubro de 2002 a janeiro de 2004 a correção ocorrida foi menor do que a de proporções Fibonacci (Veja na Figura 3), aumentaram em meu entender, as chances, de que neste segundo movimento de alta (iniciado em maio de 2004) a correção subsequente leve os preços para a faixa de proporções Fibonacci que é, como já mencionei, o que o Ibovespa costuma fazer normalmente.

Faz pouco mais de um mês que tracei em meu gráfico do Ibovespa a reta mostrada no gráfico da Figura 2 que corresponde a uma nova realidade para mim e mantém minha análise de que deveremos ter uma correção mais acentuada num futuro próximo, se não já, como parece estar indicando a análise do S&P (aquele ao qual todos os mercados estão atrelados).


Figura 1 – Reta suporte com canal de alta inicial - errada

O que a reta traçada no gráfico da Figura 2 indica, juntamente com os segmentos verdes que mostram tres movimentos de alta com variação percentual idêntica, a partir de maio de 2004, é que ainda estamos na Onda III (segundo movimento de alta) da tendência inciada em outubro de 2002. Veja o grafico da tendência toda (outubro de 2002 até hoje) na Figura 3.

Em termos do médio prazo, estamos em meu entender, especificamente, na onda 5 da Onda III ou seja no último movimento de alta antes de uma correção do movimento iniciado em maio de 2004.

Ocorre que se o topo deste movimento já foi formado, como está indicando a análise do S&P abaixo, que motivou a elaboração deste relatório, a correção da Onda III deve levar o Ibovespa para dentro da faixa fibonacci (conforme mostrei em minha última análise) que se situa hoje no nível de 30.000 pontos. Sei que muitos ficarão chocados com este número, mas uma análise no gráfico da Figura 4 mostra que houve dezenas de precedentes iguais ou mostrando quedas ainda maiores.

Num momento em que a maioria dos agentes financeiros está extremamente otimista especialmente em relaçao ao Brasil, tenho conciência de que esta é uma análise bastante impopular, mas creia completamente possível, conforme nos afirma a história regressa do Ibovespa. Vale dizer também que a correção que acredito irá ocorrer, pode durar apenas alguns meses e o Ibovespa então partir para o terceiro movimento de alta desta tendência de longo prazo que acredito irá ocorrer.

O importante em meu entender é não descuidar do risco implícito nos mercados de renda variável e manter as posições sempre protegidas com ordens de stop. Não se pode esquecer nunca também que os mercados são soberanos e muitas vezes têm razões para seus movimentos que a grande maioria do público desconhece. Vale lembrar entretando que uma tendência de alta só termina quando é revertida e essa atual ainda não foi revertida. Eu apenas acho que existem chances de que ela esteja por ser revertida mas o S&P deve romper seu suporte a 1500 para que essa análise se confirme.


Figura 2 – Reta suporte da onda III, segundo minha análise atual

A Figura 3 abaixo mostra toda a tendência de alta de longo prazo inciada em outubro de 2002.


Figura 3 – A tendência toda desde out/2002

A Figura 4 abaixo mostra o gráfico mensal das ações brasileiras desde 1963. Veja como desta perspectiva a correção para dentro da faixa fibonacci (As 3 linhas verdes horizontais do meio) parece mais plausível. Seria uma correção parecida em amplitude (variação percentual) com as que ocorreram em 1994, também numa Onda III, da tendência de alta longo prazo ocorrida de 1991 a 1997.


Figura 4 – A tendência secular da bolsa Brasileira de ações

A análise do S&P futuro cujos gráficos aparecem nas Figuras 5 e 6 mostra uma formação candlestick (Figura 6) chamada estrela da tarde que costuma ser um topo principal. Essa formação, se confirmada amanhã dia 11/07 com um candle negativo e especialmente se provocar o rompimento do importante suporte a 1500, estaria indicando a reversão da atual tendência de alta de curto prazo e possivelmente a de médio prazo também. Note também que o S&P está na parte de cima do canal em que tem se mantido desde o início de 2004.


Figura 5 – S&P Futuro

O S&P é o mercado que move o mundo. Hoje ele mostrou claramente que as forças de vendas ou os Ursos, após um longo período em que estiveram dominados pelos Touros, começaram a ficar mais fortes já que conseguiram fazer um fundo inferior ao último fundo e agora um topo inferior ao último topo que mostra ao mesmo tempo força dos vendidos e perda de força dos comprados. Essa situação é típica de um topo de mercado. Nos próximos dias isso irá (ou não) se confirmar.

Um fechamento acima de 1560 nos próximos dias, que acredito improvavel, anularia esta análise e teria conotação deveras altista. Por outro lado, um outro fechamento nas mínimas do dia amanhã confirmaria a análise acima e seria em meu entender o stopim da correção mais acentuada que acredito irá ocorrer.

O importante dessa análise em meu entender é que o Ibovespa tem um potencial de correção muito grande que poucos investidores tem conciência.


Figura 6 – S&P Futuro atualizado até 10/07/07

Quero mostrar ainda uma análise de longo prazo do Dow Jones que considero muito interessante para “pensar em casa”.

O Americano não tem cultura de inflação como nós Brasileiros e por isso, a maioria dos seus softwares de análise técnica, não fazem indexação nos gráficos. Assim, a Figura 7 abaixo mostra o gráfico diário do Dow Jones que os Americanos estão vendo. Nele, os preços estão em “mares nunca d’antes navegados” ou seja, bem acima do topo da bolha do Nasdaq ocorrido em 2000.


Figura 7

Na Figura 8 abaixo, entretanto, vemos o mesmo gráfico indexado pelo índice de inflação americano, o “CPI - Consumer Price Index”. Como se nota, na verdade quando se desconta a inflação, o Dow Jones ainda não rompeu o topo de 2000.


Figura 8

No gráfico abaixo indexamos o Dow Jones ao que podemos chamar de valor: Ouro! O resultado é uma tendência de baixa que se iniciou em agosto de 1999, ou seja, 5 meses antes do topo do Nasdaq. Do topo de 1999 ao fundo de 2006 o Dow Jones já perdeu 64%. Bem, como eu disse, esta é para pensar em casa. Eu já pensei bastante e acredito que este gráfico pode muito bem estar indicando o caminho futuro do Índice Dow Jones indexado em CPI.


Figura 9

Boa sorte nos mercados!

Fausto de Arruda Botelho CFTe; CNPI
Certified Financial Technician – IFTA
Certificado Nacional de Profissionais de Investimento - registrado na CVM
Diretor Geral da
Enfoque Informações Financeiras Ltda. (Enfoque).

Alerta Índice Bovespa

No curto prazo, a atual acumulação (últimas 9 barras) que está ocorrendo no gráfico diário do bovespa indexado em Dolar Comercial e com escala logarítmica, passou hoje a ter características nítidas de bandeira de baixa que sugere que o último fundo a 41.000 será rompido com o Ìndice bovespa caindo inicialmente, para seu próximo objetivo de baixa a 39.500/39.000.

No médio prazo, chamo a atenção para o fato de que nossa última análise publicada em 08/12/2006 continua intacta em nosso entender. Continuamos a acreditar que o Índice Bovespa está na onda 4 da tendência de alta iniciada em outubro de 2002 e mais especificamente, a partir do último dia 02/01/2007, na onda C desta onda 4, que deverá fazer os preços caírem em nosso entender, abaixo do último fundo a 30.000 (dolar de hoje), adentrando a faixa de correções proporcionais a fibonacci que começa em 27.000.

Esta queda da onda C, a julgar pela queda da onda A ocorrida em maio de 2006 quando o Bovespa caiu quase 30% em apenas 15 dias, deverá durar segundo a nossa análise atual, menos de 3 meses.

Lembro que, na análise que se encontra no link acima, demonstro que o Índice Bovespa (desde 1963), tem respeitado as proporções fibonacci, na esmagadora maioria das vezes em que corrige ou reage a um movimento definido, de proporções parecidas com a última alta (maio/2004 a maio/2006). Em reforço a esta tese está o fato de que na penúltima alta (out/2002 a jan/2004) a correção não respeitou as proporçòes fibonacci, o que aumenta substancialmente em nosso entender a possibilidade de que isso ocorra na atual correção.

Boa sorte nos mercados.

Fausto de Arruda Botelho CFTe; CNPI
Certified Financial Technician – IFTA
Certificado Nacional de Profissionais de Investimento - registrado na CVM
Diretor Geral da Enfoque Informações Financeiras Ltda. (Enfoque).